terça-feira, 23 de outubro de 2012

Pense !


Eis aí uma pergunta que, pelo menos uma vez, todo missionário transcultural já deve ter tido que responder.
Visitando diversas igrejas no Brasil e compartilhando a respeito do nosso ministério de proclamação da Palavra de Deus aos povos africanos, Vânia e eu temos ouvido esta pergunta com certa frequência.
Por alguma razão, pessoas se sentem desconfortáveis com a ideia de que um indivíduo abrace desafios num contexto distante, enquanto há a manifestação de desafios, em certo sentido, semelhantes em seu ambiente originário.
Normalmente, diante da apresentação desta pergunta, temos procurado responder tendo em mente as seguintes razões:
Porque é bíblico
A atitude de alguém que sai da terra natal para levar o evangelho a outras nações é, antes de tudo, sustentada, inspirada e ordenada pelas Escrituras.
O fato é que a Bíblia é essencialmente um livro missionário e como tal requer que o povo do caminho concentre seus esforços no anúncio da glória de Deus também entre aqueles que estão distantes.
Abraão foi o pioneiro a ter que deixar sua casa para se tornar bênção para as famílias da terra (Gn. 12.1-3), cumprindo assim os projetos missionários divinos. Depois dele, muitos outros personagens bíblicos seguiram seu rastro, tanto no Antigo como no Novo Testamento.
Sair da própria terra para levar o evangelho aos que estão distantes não se trata de uma proposta humana. Não é modismo, heroísmo ou tentativa de expansão religiosa. O trabalho missionário transcultural é vontade e propósito de Deus! A tarefa missionária da Igreja, antes de qualquer outra coisa, é bíblica.
Porque o Mestre mandou
O missionário vai aos lugares mais distantes do planeta a fim de anunciar o evangelho em obediência a Jesus. Não se trata prioritariamente de responder a desafios maiores ou menores dos encontrados em nossa pátria, mas de se submeter à ordem expressa de Jesus para anúncio do evangelho entre todas as nações.
Essa não é a única base do nosso envolvimento com missões (já que o assunto é bíblico e reafirmado em cada livro das Escrituras), mas é preciso reconhecer que o Mestre não sugeriu ou solicitou, Ele nos mandou fazer discípulos de todas as nações: “Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que vos tenho mandado; e eis que Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mt. 28.19-20).
Aquele que nos mandou ir tem toda autoridade no céu e na Terra. Sendo assim, devemos nos submeter à sua autoridade obedecendo à sua convocação a fim de alcançarmos também os que estão distantes.
Por uma questão de exemplo
Quando olhamos para trás encontramos em toda a história bíblica e eclesiástica o exemplo de homens que cumpriram com obediência o chamado missionário divino. De fato, o evangelho chegou até nós porque esses valentes do passado compreenderam que a Igreja é a agência missionária de Deus para o mundo.
É saudável lembrarmos com frequência que foi por meio do desprendimento e da obediência dos missionários estrangeiros que o evangelho chegou ao nosso país. Eles saíram de suas terras deixando para trás desafios presentes em seu próprio contexto. Antes de desembarcarem no Brasil é possível que também tenham ouvido de seus compatriotas: “Por que ir tão longe se aqui por perto há tanta necessidade?” Não obstante, saíram com coragem e vieram nos trazer o evangelho.
Hoje, tendo sido alcançados com o evangelho, parece que o mínimo que podemos fazer é reproduzir o exemplo, assumindo esse mesmo tipo de iniciativa em relação aos demais povos.
Para impedir o avanço das trevas em outras partes do mundo
Os povos sem o testemunho do evangelho estão perdidos espiritualmente e vivendo na escuridão. Em contrapartida, as falsas religiões continuam avançando e em muitos casos gerando oposição e perseguição ao evangelho.
Há contextos onde a obra da cruz de Cristo ainda não é conhecida e uma das consequências é que de maneira explícita Satanás é tido como rei e permanece recebendo adoração que não lhe é devida.
É importante dizer que quando nos omitimos em pregar a Palavra de Deus, estamos fazendo com que gerações inteiras permaneçam na escuridão. Desta forma, não podemos permanecer indiferentes enquanto temos todas as condições para interferir nestes cenários e fazer com que as trevas sejam dissipadas.
Por uma questão de coerência
Recentemente me sentei com o meu pastor em seu gabinete e ao considerarmos a presença da igreja em nosso bairro, identificamos mais de vinte igrejas locais em uma única rua. Esse fato faz parte da realidade de outras ruas da cidade do Rio de Janeiro e também de muitas outras cidades do nosso país. A questão que vem à mente diante deste quadro é: “Se o acesso ao evangelho é tão abundante em nossas cidades, por que não compartilhá-lo com aqueles que ainda não o receberam?”
Se o evangelho é de fato boas-novas e há muitos que sequer tiveram acesso a ele, acredito que não podemos omitir aos outros tudo o que Cristo fez por nós. Se o fizermos seremos os mais insensíveis e os mais incoerentes de todos os homens, mesmo que não houvesse uma ordem tão explícita para pregarmos o evangelho ao mundo.
Será que é justo que alguns recebam do evangelho em abundância enquanto outros não têm sequer uma oportunidade? Foi em resposta a esse cenário que o apóstolo Paulo escreveu: “Deste modo esforçando-me por anunciar o evangelho, não onde Cristo houvera sido nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio” (Rm. 15.20).
Por uma questão de estratégia
Por mais incrível que pareça, existem povos que nunca ouviram o evangelho e precisam ser focalizados pela Igreja de Jesus Cristo a fim de serem evangelizados. Eles representam nações inteiras intocadas pelo trabalho de evangelização da Igreja e ignorantes da revelação especial de Deus. Eles somam milhões de pessoas que vivem em ignorância espiritual, mergulhados na idolatria e arraigados nas falsas religiões. São vítimas da fome, da pobreza, das doenças, das guerras e da impossibilidade de conhecerem a graça divina, revelada em Cristo Jesus.
Os povos não alcançados são aqueles que não possuem uma comunidade nativa de crentes em Cristo com números ou recursos adequados para evangelizar seu próprio grupo sem a ajuda de missionários transculturais. Eles representam uns 2,3 bilhões de pessoas com muito poucas possibilidades de ouvir e crer no evangelho de Cristo.
Considerando a tarefa inacabada do anúncio do evangelho entre todas as nações, o desafio que mais se destaca para a Igreja em nossa geração é exatamente anunciar o evangelho aos que ainda não ouviram.
Porque é um privilégio
Aquele que deixar o seu lar para seguir para terras distantes a fim de proclamar o evangelho é um mensageiro da paz e pode estar se tornando um pioneiro no trabalho de levar as boas novas de Cristo aos que ainda não ouviram.
Tenho enorme alegria em dizer que o maior investimento que fiz na minha vida foi dedicar a minha juventude no anúncio do evangelho (já se vão treze anos!). Pois a obra missionária é um grande privilégio para quem pode experimentá-la e investimento garantido para a eternidade, certa é recompensa.
Entendemos por meio da teologia bíblica que esse ministério não foi dado aos anjos, mas aos discípulos de Jesus. Portanto, trata-se de um grandeprivilégio que o Senhor tem reservado para nós.
“Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas" (Rm. 10.15).
Por todas estas razões, vale a pena alcançar aqueles que estão longe de nós!
Fonte:Semiadecin
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Publicado na Revista Povos, número 10, dezembro de 2009 e postado por Elias Alves no Missões Peru


QUAL O SEU PERFIL NA OBRA MISSIONÁRIA?


Vamos agora conhecer  o perfil do contribuinte de missões no Brasil, suas motivações, envolvimento e expectativas.

Existe um texto no primeiro livro do profeta Samuel, em que o Rei Davi esclarece que tanto os que desceram à peleja quanto os que ficaram guardando a bagagem receberão partes iguais.
“Por isso disse Davi aos seus homens: Cada um cinja a sua espada. E cada um cingiu a sua espada, e cingiu também Davi a sua; e subiram após Davi uns quatrocentos homens, e duzentos ficaram com a bagagem. 1 Samuel 25:13
E quem vos daria ouvidos nisso? Porque qual é a parte dos que desceram à peleja, tal também será a parte dos que ficaram com a bagagem; igualmente repartirão.” 1 Samuel 30:24

A exemplo das Sagradas Escrituras, entendo que o “contribuinte” de missões também é um missionário e tanto o que tem o ministério de ir, receberão sua parte ou galardão. É aquela velha historia: um vai, outro financia e o outro ora. De qualquer forma TODOS são comissionados.

A pergunta é qual a minha parte nessa história toda? Veremos então essas categorias:

O AMIGO – é aquele que contribui com o missionário porque é amigo pessoal dele. Já o conhecia antes de ir ao campo, já se relacionavam, sabe de sua seriedade e compromisso. Acima de tudo o considera se grande amigo.
O FRUSTADO – é o que contribui porque ele mesmo gostaria de ser um missionário. Contudo as coisas não saíram como ele queria  e contribuindo ele sente que tal missionário esta sendo missionário no lugar dele.
O CONSTRANGIDO – esse aqui sente desconforto em dizer “NÃO” quando é desafiado a se envolver num ministério.
O APAIXONADO – é motivado pelo amor que sente por Jesus. Além disso, acha que dando ao missionário esta dando também a Deus.
O SOLITÁRIO – esse contribuinte é sensível á grande necessidade mundial do conhecimento de Cristo. Ademais, ele se sensibiliza com a miséria, menores abandonados, epidemias, guerras, etc. ele também poderia ser chamado de o “empático”.
O PAIZÃO – geralmente são pessoas idosas que resolveram “adotar” o missionário e traze-lo guardado no coração como um filho. Pode ser também a mãezona.
O ABENÇOADO – esse aqui contribui porque recebe benção as quais atribui ao fato de ter ofertado.
O TRANSVISIONÁRIO – ele já é um missionário atuante e por admirar o ministério de alguém quer abençoá-lo financeiramente.
O ESCLARECIDO – contribui por saber que o trabalho que determinado missionário realiza é em última instancia, um trabalho de Deus.
O CORPORATIVO – esse aqui nem sequer conhece o missionário, mas conhece a missão ou organização a que ele pertence e a admira muito, por isso, contribui.
O INTERESSEIRO – contribui para poder deduzir do imposto de renda.
O PARENTE – esse contribui por ser parente do missionário. Ele nem ser crente mas deseja participar daquele “trabalho”
O VAIDOSO – esse quer ver seu nome publicado no jornal da denominação ou na lista dos contribuintes de determinado ministério.
O ANÔNIMO – em contrapartida, há aquele que deposita a oferta para alguém sem jamais se identificar, crendo que o importante mesmo e Deus saber seu ato e suas intenções.
O ARTICULAR – é aquele que, além de contribuir, movimenta a igreja, faz campanha e incentiva outras a contribuírem.
O INDECISO – é aquele que a cada mês envia a oferta para um missionário diferente.
O PAPAI NOEL – aquele que só contribui em dezembro.
O OPORTUNISTA – só manda a oferta quando esta bem financeiramente, sem dívidas, ou com algum dinheiro sobrando.
O OVELHA – só contribui para os projetos ou missionários autorizados pelo pastor da igreja.
O VISIONÁRIO – esse contribuinte quer ver o proposito de Deus sendo cumprido no mundo e sente-se responsável por isso. Seu pressuposto esta em Mateus 28.19 “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; "

Observando esta lista, vemos que alguns contribuintes são mais louváveis e outros nem tanto. Com certeza algum perfil você entrou, cabe fazer uma auto análise da nossa vida e o nosso  compromisso com a obra de Deus.

Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus. 1 Coríntios 10:31
E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens, Colossenses 3:23
E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai. Colossenses 3:17
Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem; Mateus 23:3
O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco. Filipenses 4:9
Como também eu em tudo agrado a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que assim se possam salvar. 1 Coríntios 10:33
Todas as vossas coisas sejam feitas com amor. 1 Coríntios 16:14
Também o que a ti e a teus irmãos bem parecer fazerdes do restante da prata e do ouro, o fareis conforme a vontade do vosso Deus. Esdras 7:18
Ouve tu nos céus, assento da tua habitação, e faze conforme a tudo o que o estrangeiro a ti clamar, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome, para te temerem como o teu povo Israel, e para saberem que o teu nome é invocado sobre esta casa que tenho edificado. 1 Reis 8:43
Fonte:Semiadecin

Seja um parceiro ou mantenedor da obra missionária.





domingo, 21 de outubro de 2012

Porque a Evangelização é Imperativa ?




"A evangelização não é uma opção, mas um mandamento. A grande comissão foi repetida em todos os Evangelhos e também no livro de Atos."
Todos aqueles que foram alcançados pelo evangelho são enviados a compartilhar o evangelho. A evangelização não deve ser apenas um programa da igreja, mas um estilo de vida de todos os crentes. Vamos, agora, analisar algumas razões pelas quais a igreja deve estar engajada na evangelização.

Em primeiro lugar, porque o homem sem Cristo está perdido. Nenhuma religião pode salvar o homem. Nenhum credo religioso pode reconciliar o homem com Deus. Nenhuma obra feita pelo homem pode atender as demandas da lei de Deus. Do religioso ao ateu e do doutor ao analfabeto, todos os homens estão irremediavelmente perdidos. A Bíblia diz que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. Diz ainda que o salário do pecado é a morte. O homem está morto em seus delitos e pecados e assim como um morto não pode dar vida a si mesmo, um pecador não pode salvar a si mesmo. O nome de Jesus é o único nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos. Jesus é o único Caminho para Deus, a única Porta de entrada no céu, o único Mediador entre Deus e os homens. Jesus é o Salvador do mundo.
Em segundo lugar, porque o evangelho é a única boa nova de salvação. Há muitas religiões no mundo, cada uma com sua doutrina e sua prática. Todas elas, exceto o Cristianismo, ensinam que o homem deve abrir um caminho da terra para o céu. Mas, a salvação não é uma conquista do homem, mas uma oferta da graça. O céu não é conquistado pelo esforço das obras, mas recebido pela fé em Cristo. O evangelho é a boa nova de que Deus amou o homem não pelos seus méritos, mas apesar de seus deméritos. Amou-o a despeito de ser fraco, ímpio, pecador e inimigo. Amou-o e entregou seu único Filho para morrer pelos seus pecados. O evangelho está centrado não na obra que fazemos para Deus, mas na obra que Cristo fez por nós na cruz. O evangelho não aponta para o merecimento humano, mas para a cruz de Cristo, onde o Filho de Deus morreu por nós. O evangelho é o palco onde Deus revela seu amor e sua justiça. O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.
Em terceiro lugar, porque a evangelização é uma ordem expressa de Deus. A evangelização é uma obra imperativa, intransferível e impostergável. O Senhor Jesus morreu na cruz, ressuscitou dentre os mortos e comissionou a igreja a ir por todo o mundo, levando as boas novas do evangelho a toda criatura. O propósito de Deus é o evangelho todo, por toda a igreja, a todo o mundo. Não podemos nos calar. Não podemos sonegar aos povos o evangelho. Nenhuma outra entidade na terra tem competência e autoridade para pregar o evangelho. Essa é uma missão da igreja. Deus não tem outro método. Cabe-nos levar o evangelho por todos os meios legítimos, em todo o tempo, em todos os lugares, sob todas as circunstâncias. Devemos pregar o evangelho no púlpito e na página. Devemos pregar o evangelho pela mídia e através das redes sociais. Devemos pregar nos lares, nas escolas, nos hospitais, nas instituições públicas, nos templos, nas praças, proclamando que Cristo veio como Pão para a nossa fome, como Água viva para a nossa sede, como Luz para a nossa escuridão, como sacrifício cabal pelos nossos pecados.
Em quarto lugar, porque Deus é glorificado na salvação dos pecadores. O propósito maior da evangelização dos povos é que esses povos todos glorifiquem a Deus e exaltem seu nome. O centro da obra evangelizadora da igreja não é o homem, mas o próprio Deus. Devemos evangelizar para arrebatar os homens do fogo e também porque é ordem de Deus. Mas, sobretudo, devemos evangelizar porque a salvação do perdido traz glória ao nome de Deus. Há júbilo diante dos anjos de Deus, no céu, por um pecador que se arrepende. Os salvos serão, por toda a eternidade, verdadeiros troféus da graça de Deus e, nos salvos, Deus será glorificado para sempre e sempre!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

MISSÕES NO SERTÃO - QUAL A SUA PARTE?






A evangelização do mundo é um fato singular na história do cristianismo em todos os tempos. O cristianismo em sua forma pura e essencial tem como objetivo primordial apresentar ao homem perdido a oportunidade da Salvação. 

O Novo Testamento é um livro essencialmente missionário. Os Evangelhos relatam a obra missionária de Jesus e o livro de Atos é uma narrativa do trabalho missionário dos apóstolos, sobretudo do Apóstolo Paulo e seus inúmeros cooperadores e auxiliares. 

Missionários foram espalhados pelo mundo, impulsionados e dirigidos pelo Poder de Deus e desta forma o Evangelho atingiu os povos. Paulo, o maior dos primeiros missionários foi usado por Deus para levar o Evangelho ao império romano. 
Hoje, a necessidade de evangelizar o mundo é um grande desafio, pois vivemos em um mundo de crenças conflitantes, confusas, de problemas complexos e de uma tremenda necessidade espiritual. 
A humanidade confusa e aflita pergunta: ”Para onde caminha a humanidade?” Quem conhece a Bíblia sabe que Deus controla os ponteiros do tempo. Em meio à confusão geral, a mão Onipotente de Deus movimenta-se, executando seu plano e propósito imutável. 
O grande evangelista George Whitifield afirmou: “Estou esperando a vinda do Filho de Deus”. Mas ele não ficou de braços cruzados sem nada fazer. Ele gastou a sua vida na proclamação da mensagem de salvação. 
Somos impactados e impulsionados a viver proclamando a nossa geração que Jesus Cristo é a Única Esperança para a humanidade. A suprema tarefa da Igreja é a evangelização do mundo. Missões: o desafio continua. 


O Nordeste é a segunda região mais populosa do Brasil, com mais de 50 milhões de pessoas, uma das mais problemáticas do mundo. O Nordeste brasileiro tem sido alvo das mais terríveis secas registradas em nosso país; secas essas que dizimam seres humanos e animais. A seca, a injustiça social e a falta de vontade política fizeram com que os sertões nordestinos se tornassem “miseráveis” e em muitos lugares inabitáveis. No nordeste também milhares de pessoas são vítimas da pior seca e da maior calamidade: viver sem esperança de Jesus Cristo. A região do Sertão tem sido a menos evangelizada do Brasil. Cerca de 200 cidades possuem menos de 1% de evangélicos, além de muitas outras vilas, povoados e comunidades que não têm nenhuma presença da igreja de Jesus Cristo. O povo sertanejo vive escravizado por toda sorte de escravidão que você possa imaginar. Precisamos alcançar o sertão com a mensagem de esperança de Jesus. Sua evangelização é questão de honra ao nosso Deus e de socorro ao sertanejo que se degenera numa ignorância que só dá lucro idolatria ao reino das trevas. O Projeto Missionário “alcançando o Sertão” nasceu da necessidade de uma ação missionária que corresponde ao clamor do povo sertanejo. “de fato, tenho visto a aflição do meu povo... e tenho ouvido seu clamor por causa dos opressores”. (Êxodo 3: 7). Quem quer aceitar este desafio?A aflição do Povo Sertanejo é uma realidade constante e histórica.
1 – As duras secas;
2 – Os terríveis sofrimentos;
3 – Os exploradores e opressores;
4 – As injustiças (sociais e espirituais);
5 – A seca, a fome, a miséria, a falta de expectativa e esperança;
6 – A pior seca – Viver sem a esperança de Jesus.
      A história do Nordeste sempre foi marcada pela: Exploração, violência e preconceito. O sociólogo Gilberto Freyre disse: “O Nordeste tem uma história de uma estrutura social rígida, de senhores e escravos, de casas grandes e senzalas, de sobrados e mocambos”.
     A realidade atual: 15 milhões de Nordestinos Sertanejos vivendo dentro de um contexto de sofrimento social e espiritual. O Sertão Nordestino tem sido uma terra de aflição, sofrimento e opressão.
     Podemos ser instrumentos de libertação entre o povo sertanejo, mas para isso é necessário ação, iniciativa, generosidade, doação e disposição para ser usado por Deus na expressão de solidariedade em prol do povo sertanejo. Vamos juntos alcançar e ajudar a mudar a história deste povo.
   “A evangelização do mundo tem passagem obrigatória pelo Sertão”. 

  Investir na EVANGELIZAÇÃO do Sertão não é uma caridade: É uma PARCERIA que ajuda a promover a oportunidade de salvação e libertação de vidas.  

    Pr. Silvany Luiz

Fonte: Blog Equattoria 

Voluntariado: Plano de DEUS




Já pensou em dedicar seu tempo e seus recursos em um trabalho sem receber nada em troca? Parece loucura olhando por esse ponto, mas porque milhões de pessoas de diferentes culturas e religiões fazem isso ao redor do mundo? Para entendermos esse estilo de vida (acreditem, voluntariado é um estilo de vida) precisamos definir esse “nada em troca”. Explicando melhor, essa expressão deveria ser substituída por nada material em troca.
Agora podemos entender porque tantas pessoas dedicam suas vidas ao voluntariado. Elas não recebem nada material, mas recebem algo bem mais valioso. Voluntários recebem uma razão, uma motivação para viver. Voluntários recebem aquele preenchimento que faltava no buraco da alma. Na verdade, voluntários recebem bem mais do que dão, principalmente quando seus serviços estão diante do idealizador do voluntariado. Independente da crença de quem esteja servindo, essa pessoa está participando do plano de Deus.
Porem, a melhor sensação e as melhores recompensas vêm quando nossos esforços estão dedicados e santificados na fé em cristo. Deus ama ajudar uma pessoa por meio de outra, pois assim Ele trabalha em duas vidas com uma jogada só. O voluntário é capaz de curar e ao mesmo tempo ser curado. Deus ama essa idéia. Nós cristãos sentimos a melhor sensação, pois sabemos que estamos trabalhando em equipe com Deus para transformar o mundo num lugar melhor, e que esse esforço nunca é em vão (1 Coríntios 15:58) . Isso é maravilhoso! Nós temos a maior recompensa, pois estamos sendo curados pelo espírito santos enquanto Ele cura alguém através de nós mesmos. Sabemos que nossas recompensas serão eternas!
Maior Exemplo:
Se somos cristão nosso maior exemplo de vida é Jesus Cristo. Devemos sempre tentar imitar Jesus em suas atitudes, e com o voluntariado não é diferente. Jesus é o maior exemplo de servo da história. Ele era Deus, mestre, líder dos discípulos e possuía vários seguidores, mas foi sempre humilde em seus atos. Foi o mestre quem lavou os pés de seus discípulos antes da refeição, era Ele quem andava no meio do povo ajudando os necessitados.  Não podemos esquecer que foi Ele quem voluntariamente aceitou morrer da pior forma possível para nos salvar. Ele não deixou esses exemplos em vão, se somos cristãos, o voluntariado precisa ser nosso estilo de vida.
Tendo em mente que precisamos servir aos outros como cristo serviu, temos que pensar no mundo a nossa volta. Jesus deu o exemplo a ser seguido, pois sabia que o mundo precisaria disso. O mundo precisa de voluntários. O mundo precisa de nós. Olhe para fora e veja as necessidades, olhe para dentro e veja como você pode satisfazê-las. Não fique parado. Saia do conforto e não espere algo em troca. Una-se a Deus em uma equipe para mudar o mundo e deixe que Ele lhe retribua com algo bem melhor do que você pode imaginar.
Como e onde ser voluntário:
Muitos entendem a parte anterior do texto, mas logo surge a dúvida de onde e como servir ao próximo. Se esse é o seu caso não se desespere, Deus deixou algumas pistas para nós. Deus nos deus dons, paixão e experiências que devem ser usadas como mapas que nos levam onde podemos servir com total satisfação.
Dons: Se você está consciente que possui algum dom não espere muito, Deus lhe deu com esse propósito. Encontre um local onde você poderá ser um voluntario exercendo esse dom. Quando trabalhamos com os dons que Deu nos deu estamos no caminho certo para curar pessoas e sermos curados. Estamos no caminho certo de exercermos um voluntariado relevante para as duas partes. Quando estamos servindo como o que sabemos fazer de melhor nos sentimos bem e dificilmente desistiremos.
Paixão: Tenho certeza que algo desperta uma paixão em você. Pode ser um tipo de pessoa, um lugar, tipos de situações, etc. Por exemplo, ser apaixonado por crianças, ou por ajudar a construir casas para quem não tem onde morar. Se algo lhe motiva mais que qualquer outra coisa, bingo! Você achou o local certo para ser voluntário. Entre nessa mesmo sem ter habilidades específicas. Quando somos apaixonados pelo serviço que desempenhamos aprendemos rápido e dificilmente abandonamos a causa
Experiências: Quero dar dois sentidos nesse tópico, o primeiro diz respeito a experiências que você já passou e se sente chamado a ajudar pessoas que estão passando pela mesma situação. Você sabe como é difícil enfrentar aquilo sozinho. Você sabe como foi bom ter uma mão amiga naquela hora de dor. Você sabe como fez para sair do fundo daquele poço e sente que Deus quer usar isso para ajudar outros. Esse é outro mapa para o voluntariado, use aquilo que você adquiriu com experiências para ajudar o próximo. Deus é mestre em transformar o mal em bem e você pode ser um instrumento para isso.
Este três mapas, dons, paixão e experiências estão interligados. Se você tem um determinado dom, você também terá paixão em desenvolver seu dom. Se você tem uma paixão, logo desenvolvera seu dom em relação a isso. E se você passou por alguma experiência traumática sua paixão será ajudar outras pessoas que estão passando por coisas iguais e terá desenvolvido seu dom durante o período de dor. Mas se você não tem certeza de nada e seus mapas estão sem norte para o voluntariado aqui está o outro sentido que quero dar a experiências. Abra a mente e o coração, deixe Deus lhe mostrar seus dons e paixões através de experiências. Olhe e veja as necessidades. Se disponha e descubra aquilo que lhe faz se sentir usado por Deus, descubra aquilo que você pode fazer para ajudar os outros e ao mesmo tempo lhe fazer bem. Descubra como você pode mudar o mundo junto com Deus e ser mudado por Ele ao mesmo tempo.
Ei cristão. Não fique parado! Não fique de braços cruzados! Faça Missões , Ore e contribua O mundo precisa de você. Existem varias pessoas fazendo o mal por ai, e Deus precisa de pessoas para fazer o bem. Precisamos vencer o mal com o bem (romanos 12:21)! Junte-se a uma equipe para junto com Deus transformarmos o Mundo em um lugar melhor. Junto com Ele nós podemos! 
“E vós, irmãos, não vos cansei de fazer o bem” 2 Tessalonicenses 3:13
Fonte: Evangelho Urbano 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Interação missionária entre o "dar e receber"



"O reconhecimento de que havia recebido mais do que o suficiente e tinha abundância de tudo."

“Recebi tudo, e o que tenho é mais que suficiente. Estou amplamente suprido, agora que recebi de Epafrodito os donativos que vocês enviaram. São uma oferta de aroma suave, um sacrifício aceitável e agradável a Deus". Fp 4.18

Continuando seu discurso sobre a interação missionária entre o “dar e receber” (graça-missão de Deus), Paulo toca agora em outras dimensões importantes do relacionamento que mantinha com a igreja dos filipenses.

Inicialmente ele presta conta devidamente do recebimento dos donativos enviados pela igreja pelas mãos de Epafrodito (2.25-30). Confirma por duas vezes que havia recebido tudo (gr: apéchô de panta) o que a igreja lhe enviara (gr: dedámenos pará Epafrodítou ta par humôn). O apóstolo reconhecia a importância de prestar um relatório, não só de suas atividades ministeriais e missionárias (At 14.26-27), mas também dos recursos recebidos. Atualmente, como na época de paulo também, é muito importante que haja uma completa transparência, fidelidade e confiança no trato com os recursos destinados pelas igrejas para a manutenção e para o desenvolvimento da obra missionária no mundo. Esta área financeira tem sido um dos elementos mais problemáticos tanto no relacionamento missionário-igreja, como para a credibilidade da mensagem dos evangélicos no mundo de hoje.

Outra dimensão mencionada por Paulo foi o reconhecimento de que havia recebido mais do que o suficiente (gr: perisseúô) e tinha abundância de tudo. Reconhece que com os donativos da igreja em Filipos estava amplamente suprido (gr: peplêrômai). É muito educativa, para o relacionamento dos missionários com as igrejas, a forma como o apóstolo se relaciona com os bens enviados, reconhecendo que tinha mais do que o suficiente. Ele não camuflou esse dado, nem deu a entender que estava agradecido pela oferta mas que ainda precisava de algo mais. Seu sentimento de simplicidade, contentamento e de gratidão foram realmente sinceros e verdadeiros, pois sabia que aqueles donativos dados por Deus através de irmãos pobres que também lutavam pela sua sobrevivência. Portanto, esses sentimentos de simplicidade, contentamento e gratidão foram sinceros tanto em Paulo como nos irmãos filipenses.

Por fim, o apóstolo reconhece que aqueles donativos eram um reflexo da graça-missão de Deus tanto em sua vida, como na dos filipenses. Eram uma oferta de aroma suave, um sacrifício aceitável e agradável a Deus (gr: osmên euôdías thusían euáreston tô theô). Paulo sabia muito bem que Deus não o desampararia na prisão romana, nem desampararia os irmãos de Filipos. A graça de Deus estava aberta aos dois. Por isso, aquela oferta era mais valiosa que seu valor monetário, deveria ser considerada como um sacrifício aceitável a Deus oferecido pelos filipenses e por Paulo como resposta de ambos à graça-missão de Deus em suas vidas. Dessa forma, Paulo nos ajuda a compreender que todos os recursos materiais e físicos devem ser, de fato, consagrados a Deus e usados com sabedoria de acordo com a vontade de Deus, tanto pelas igrejas e seus membros, como pelos missionários.

Rev. Carlos del Pino
Fonte: 
APMT
Via http://www.sepal.org.br

domingo, 7 de outubro de 2012

O que a Igreja tem para fazer Missões


Rev.Paulo Serafim de Souza

Texto: Atos 1.6-8

INTRODUÇÃO:
Quando o evangelho chega a um povo não alcançado, a indagação dos primeiros convertidos é quase sempre a mesma: Por que não nos trouxeram esta boa notícia antes? Como ficarão nossos antepassados que morreram sem ouvir da salvação em Cristo? A igreja não pode demorar a ouvir o clamor dos que jazem sem o evangelho de Cristo. Deus quer alcançar os povos da terra com o evangelho e os povos precisam desesperadamente da graça salvadora de Deus no evangelho de Cristo. A igreja é agência de Deus aqui na terra para a concretização do seu propósito salvador em direção aos povos. É ela quem deve fazer missões, porque missões é o trabalho de Deus através da igreja para trazer o homem à comunhão com ele através de Jesus Cristo.  Foi para essa prioridade que Jesus chamou a atenção dos seus discípulos no texto em questão.
Os discípulos queriam saber do futuro e das coisas não reveladas. Não foi esta aprimeira vez que eles perguntaram a Jesus o que estava por vir e, como das outras vezes, o Senhor não lhes deu resposta. Em vez disso, Jesus lhes focalizou aatenção para a missão atual. O futuro está nas mãos de Deus, e não lhes competia saber o que o futuro lhes traria, pelo menos não em minúcias. Eles tinham que concentrar suas energias na grande tarefa que lhes fora dada: fazer discípulos de Jesus de todos os povos da terra, ou seja, serem suas testemunhas “até os confins da terra”. Pensando nisso, eu te desafio a pensar comigo sobre o tema: O que a igreja tem para fazer missões? Primeiro, ela tem o Espírito Santo.

I – O ESPÍRITO SANTO (V.8)
O Espírito Santo é um Espírito missionário e ele é o maior recurso que a igreja tem para fazer missões. Ele é o próprio Deus presente na vida da igreja para conceder poder, dons e abrir os corações dos incrédulos para o evangelho. Lucas, que escreveu o evangelho que leva o seu nome e o livro de Atos, já havia registrado a recomendação de Jesus aos seus discípulos que não saissem de Jerusalém até que do alto fossem revistidos de poder, ou seja, eles não poderiam fazer missões sem a descida definitiva do Espírito Santo que ocorreu no dia de Pentecostes.
Com a descida do Espírito Santo, os discípulos foram capacitados com o seu poder para darem testemunho ousado da morte e da ressurreição de Cristo. Homens tímidos e de pequena fé, agora capacitados pelo Espírito Santo tinham grande coragem para falarem das maravilhas de Deus, estando dispostos a sofrer e a morrer por causa de Cristo. No primeiro sermão do apóstolo Pedro após estar cheio do Espírito Santo, cerca de três mil pessoas foram tocadas por Deus e aceitaram o evangelho. Em todo livro de Atos vemos a ação do Espírito Santo salvando, chamando e capacitando a igreja para aobra missionária. Aliás, alguém já disse que o livro de Atos poderia muito bem se chamar: Atos do Espírito Santo por intermédio dos apóstolos.
O Espírito tem um papel fundamental em missões. Ele enche a igreja de poder, concede dons espirituais, chama pessoas para missões como Paulo e Barnabé, além de agir na vida dos incrédulos, convencendo-os do pecado, da justiça e do juízo. É somente pela ação do Espírito que uma pessoa pode entender e aceitar o evangelho da salvação em Cristo Jesus. O novo nascimento, é uma obra do Espírito como bem falou Jesus a Nicodemos. Não podemos jamais desprezar a ação do Espírito na obra missionária. Percebo dois extremos perigosos com relação a pessoa do Espírito Santo: Os pentecostais tendem a exaltar sua pessoa em detrimento das demais pessoas da Trindade e as igrejas históricas, como a Presbiteriana, tendem a desconsiderar a sua atuação em detrimento do seu caráter divino. O maior recurso de Deus para missões não são homens eloqüentes, não são a estrutura e o dinheiro da igreja, mas o Espírito Santo que age em nós e através de nós.
Quando formos planejar um trabalho missionário, não fiquemos primeiro pensando quantas pessoas temos, quanto recursos temos, quanta estrututra temos, mas busquemos o poder, o auxílio e a direção do Espírito Santo. Façamos como os irmãos moravianos que mantiveram uma reunião de oração por cem anos ininterruptos, conseguindo enviar missionários para várias partes do mundo. Façamos como Jesus que antes de começar o seu ministério terreno foi conduzido pelo Espírito para o deserto para orar e jejuar a fim de resistir às terríveis tentações do inimigo. Façamos como a igreja primitiva que perseverava em oração enquanto era revestida pelo poder do Espírito Santo para pregar a Palavra de Deus com toda intrepidez. Façamos como apóstolo Paulo que escreveu: “Não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito Santo”. Que a nossa igreja busque o poder do Espírito para fazer missões. Você pode dizer amém em concordância coma essa grande verdade bíblica. Amém!
Além do Espírito Santo,outro recurso que a igreja tem para fazer missões são as testemunhas de Jesus.

II – TESTEMUNHAS DE JESUS (V.8)
Os métodos de Deus são homens, mais precisamente são testemunhas de Jesus, pessoas que foram lavadas e redimidas pelo sangue do Cordeiro, que tiveram uma experiência pessoal com Jesus e que agora pelo poder do Espírito podem dar testemunho do que creram, sentiram e experimentaram de Jesus na sua vida pessoal. “Vós sereis minhas testemunhas”. Começa a missão, a evangelização para a construçãodo corpo de Cristo. Para isso há necessidade de “poder”. Porém não basta o poder do intelecto, da vontade humana, da retórica. “Poder do Espírito que desce sobre a igreja: somente por meio dele que é possível realizar a tarefa missionária. Com ele, os apóstolos e nós somos as “testemunhas” eficazes de Jesus.
Ele nos transforma em testemunhas. Conhecemos o termo “testemunha” do linguajar jurídico. Num processo judicial são interrogadas as testemunhas. Não lhes cabe externar sua opinião, nem relatar seus pensamentos, mas – exatamente como fazem os apóstolos – “falar das coisas que viram e ouviram”. As testemunhas estabelecem o que aconteceu na realidade. Por isso agora os apóstolos, já podiam ser testemunhas de Jesus. No entanto, como se trata de realidades invisíveis, divinas, não bastam todos os testemunhos humanos para convencer o próximo dos fatos. Somente o poder do Espírito Santo pode atestar o testemunho de Jesus de forma que atinja a consciência da pessoa e ela creia ou se rebele contra a verdade, que já não pode ser negada. O termo grego para “testemunha” =“martys” nos lembra que justamente esse testemunho que atinge o coração é que conduz os mensageiros ao sofrimento, e ele somente pode ser prestado mediante o sofrimento.
Nem todos foram chamados para serem missionários em Guiné-Bissau, nem todos foram chamados para serem pastores ou músicos, mas todos os crentes foram chamados por Jesus para serem suas testemunhas. O privilégio e o desafio de dar testemunho de Jesus são para todos crentes que foram salvos por ele. Portanto, onde você está, foi colocado por Jesus para dar testemunho dele: no seu trabalho, na sua escola e na sua família. Veja como Deus é bom: coloca você no seu trabalho para testemunhar dele e ainda permite que você ganhe o sustento para sua família e para o sustento da obra missionária.
Querido irmão, saiba de uma coisa: Antes de você ser um médico, um advogado, um enfermeiro, uma professora, um pedreiro, uma dona de casa ou um estudante, você é uma testemunha de Cristo. Você não trabalha onde trabalha só para ganhar dinheiro; você não estuda onde estuda só para adquirir conhecimentos; você não mora onde mora só para viver. Mas, principalmente para testemunhar de Cristo às pessoas com quem convive no trabalho, na escola e na vizinhança. Será que temos essa consciência? Os pais querem que seus filhos sejam médicos, advogados e engenheiros. Isso é uma coisa boa. O problema é que, às vezes, se esquecem de inculcar na cabeça dos seus filhos que antes de tudo eles são testemunhas de Jesus.  É preciso enfatizar essa missão de Deus para nós desde cedo. Temos procurado fazer isso com os nossos filhos. Sempre perguntamos para eles: vocês já falaram para os amigos sobre Jesus, já convidaram para ir à escola dominical?
Como testemunha de Jesus você deve se envolver de forma direta e indireta com missões. De forma direta você deve testemunhar de Jesus com sua vida e com suas palavras para seus amigos e vizinhos, entregar folhetos, Bíblias e literatura cristã, visitar hospitais e cadeias, etc. De forma indireta você pode orar pelos missionários, escrever para eles, informar-se do trabalho missionário no mundo, participar de conferências missionárias, ser fiel nos dízimos e generoso nas ofertas missionárias para que a igreja tenha sempre recursos para investir na evangelização do Brasil e de lugares distantes. 
Por mais que vivamos no mundo da tecnologia e do desenvolvimento científico: internet, celular, vôos espaciais, etc., Deus ainda prefere usar uma pessoa como testemunha para falar diretamente para outra, portanto, a evangelização pessoal, o discipulado, o evangelismo através de relacionamentos ainda é o grande método de Deus para o avanço da obra missionária. Podemos e devemos usar a tecnologia disponível, mas ela jamais pode substituir o contato pessoal, o relacionamento, o evangelismo de pessoa para pessoa, ao vivo e a cores. Igreja é relacionamento: com Deus e com pessoas. Missões também! Por isso, precisamos investir tempo e dinheiro em pessoas.
Temos muito que agradecer a Deus porque ele tem dado as suas testemunhas que o servem na IPB, dons, talentos, oportunidades, boa formação bíblica e profissional, boa estrutura e recursos abundantes que precisam ser canalizados para a obra missionária. Precisamos entender que tudo que Deus nos dá é para ser usado para glória dele e expansão do seu reino aqui na terra e não só para o nosso deleite pessoal. O Brasil foi ricamente abençoado pela igreja americana que enviou seus melhores homens e mulheres: pastores, médicos e professores, além de enorme quantidade de recursos financeiros para a plantação de igrejas, fundação de seminários, hospitais, escolas e universidades. Eles entenderam seu papel como testemunhas de Jesus. Agora é a nossa vez, é a vez da sua igreja, é a vez da IPB ser uma testemunha de Jesus para o mundo.
Já vimos que a igreja tem para fazer missões o Espírito Santo, as testemunhas de Jesus e também a visão missionária de Jesus.

III – A VISÃO MISSIONÁRIA DE JESUS (V.8)
O campo da igreja, ou seja, sua esfera de atuação é o mundo porque a ordem de Jesus tem um escopo universal. Partindo de Jerusalém, os discípulos deveriam sair até os confins da terra. Estas palavras contêm o corretivo para a pergunta individualista dos apóstolos no v. 6, embora se possa duvidar que eles tenham entendido dessa maneira na época. O nacionalismo judaico da igreja primitiva demorou muito a morrer. Todavia, à época em que Lucas estava escrevendo, esse nacionalismo extremado em grande parte já era coisa do passado, e a frase "até os confins da terra" havia assumido sentido mais amplo. Abrangia agora o império romano, representado pela própria Roma e, nessa base, Lucas adotou o programa resumido nesse versículo como estrutura de sua narrativa. Jerusalém– Judéia – Samaria – todo o mundo. Durante longos capítulos ele nos manterá em Jerusalém; depois ele passa ao grande avivamento na Samaria, e, na seqüência, à conversão de Paulo, com o qual viajaremos até Roma.
Jesus abriu os olhos dos discípulos para que pensassem não em termos particulares (Israel), mas em termos universais (“até os confins da terra”). Ainda hoje a igreja tende a pensar em missões, em termos particulares (aumentar seu número de membros ou abrir uma congregação em outro bairro da cidade). Ela deve pensar nisso, mas não somente nisso, seu campo não é apenas sua cidade, mas o mundo. Por muito tempo, por má interpretação do texto em questão a igreja brasileira pensou cronologicamente e não simultaneamente. Ela pensou: primeiro vamos evangelizar Jerusalém (nossa cidade), depois vamos evangelizar a Judéia (nosso estado), depois vamos evangelizar Samaria (nosso país) e depois vamos evangelizar os confins da terra (o mundo). Porém, o texto não dá base para essa ideia. Jesus disse que a igreja deve ser testemunha dele tanto aqui quanto em outros lugares ao mesmo tempo.
A igreja de Jerusalém não esperou evangelizar toda a cidade para sair do seu território. A igreja americana não esperou evangelizar todo o país para enviar Simonton ao Brasil. O testemunho de Jesus é para ser dado pela igreja simultaneamente no Brasil e no mundo. Como não podemos estar em dois lugares ao mesmo tempo: damos testemunho de Jesus onde estamos e apoiamos aqueles que estão dando testemunho ou que vão dar em outros lugares. Portanto, toda igreja necessariamente precisa estar envolvida com o testemunho de Jesus até os confins da terra, ou seja, toda igreja precisa participar ativamente da obra missionária em todo o mundo, pois, esta é a visão e desejo de Jesus para ela. Damos graças a Deus pelo desejo da IPB de querer se envolver mais com missões.
Se pensarmos como Jesus, vamos entender que missões não é algo para um grupo da igreja, mas para todos os seus membros; não é uma programação da igreja, mas sua atividade diária; não é parte da vida igreja, mas sua vida, sua essência, sua totalidade, sua razão de existir no mundo. Cabe a nós, pastores e líderes passar para a igreja a visão missionária de Jesus para que ela pense e haja em termos mundiais e não locais. Em termos de mundo e não de cidade. Dentro dessa perspectiva, a pergunta que não quer calar é: O que a nossa igreja está fazendo efetivamente em relação a missões mundiais? Será que estou participando de alguma forma da evangelização do mundo? O que eu tenho feito para que o nome de Jesus seja pregado e conhecido em São Paulo, em Guiné-Bissau e em todos os cantos da terra? Será que tenho enxergado o mundo todo como o campo da minha atuação como testemunha de Jesus? Será que estamos dispostos a investir os nossos recursos e enviar os nossos filhos além das nossas fronteiras?

CONCLUSÃO:
Um casal de missionários estava se preparando para evangelizar um povo não alcançado das montanhas de um país africano. Após longa preparação e horas de caminhas para chegar às montanhas, logo se depararam com o líder da tribo que disse: “Por que vocês demoravam tanto a vir aqui para tirar o nosso povo das trevas?” Os missionários ficaram pensando: Nós não falamos para eles que viríamos aqui. Como aquele povo, muitos outros povos ao redor do mundo estão clamando para que alguém vá até eles a fim de libertá-los das trevas com a luz do evangelho de Cristo. Passa a Macedônia e ajuda-nos é clamor dos povos sem Cristo ainda hoje.  Por amor a Deus que nos salvou e por amor às pessoas sem Cristo, precisamos urgentemente fazer missões.
Aprendemos que Jesus deixou os recursos necessários para que sua igreja faça missões. Ele deixou o Espírito Santo que nos enche com o seu poder e opera eficazmente no coração dos nossos ouvintes. Ele nos deixou aqui como suas testemunhas a fim de que usemos a nossa vida, os nossos dons e recursos para mostrar o seu amor ao mundo. Ele nos deixou a sua visão missionária, isto é, ele nos deu o mundo como o nosso campo de atuação missionária. Façamos, então, o que nos cabe na obra missionária: pregar onde estamos com o auxílio do Espírito Santo e apoiar em oração e financeiramente quem está dando testemunho de Jesus onde não podemos estar. Lembre-se de uma coisa: Deus nos dá um grande desafio: a evangelização do mundo, mas também no dá um grande poder: Seu Espírito Santo. Portanto, temos tudo que precisamos para fazer missões, isto é, para cumprirmos o ide de Jesus. Que Deus nos ajude. Amém.

Rev.Paulo Serafim de Souza
Missionário da APMT
Guiné-Bissau,África Ocidental.